[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Armas
-Escudo de vermelho, dois canhões antigos de ouro passados em aspa acompanhados de três lucernas flamejantes do mesmo, uma em chefe e uma em cada flanco;
-Elmo militar, de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
-Correia de vermelho perfilada de ouro;
-Paquife e virol de vermelho e de ouro;
-Timbre: uma granada de negro flamejante de vermelho;
-Condecorações:circundando o escudo o Colar de Membro Honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito;
-Divisa:num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir "MAIS AFINANDO A FAMA PORTUGUESA".
Simbologia e Alusão das Peças
-Os CANHÕES são o emblema da Artilharia.
-As LUCERNAS caracterizam as actividades de ensino da ESCOLA PRÁTICA.
-O VERMELHO do campo é a cor tradicional da Artilharia.
Os Esmaltes Significam
-OURO: poder e fé.
-VERMELHO: valor, confiança e generosidade.
-NEGRO: firmeza e sabedoria.
RESENHA HISTÓRICA DA EPA
Pertenceu a El-Rei D.Pedro V a iniciativa de utilizar o Palácio de Vendas Novas para a instalação de um estabelecimento militar de instrução prática e, neste intento, foi o monarca secundado pela enérgica actividade, larga inteligência e aptidão profissional do Coronel do Corpo do Estado Maior, Carlos Maria Caula, oficial de alto valor a quem a Artilharia Portuguesa deve, indiscutivelmente, importantes e inolvidáveis serviços.O Palácio de Vendas Novas foi expressamente construido por ordem de D. João V, em 1729, por ocasião dos casamentos do Principe do Brasil com a Infanta de Espanha, D. Maria Anna de Bourbon e do Principe das Asturias com a Infanta de Portugal, D. Maria Bárbara, servindo para nele pernoitar e descansar a familia real e mais comitiva, quando se dirigiam ao Caia a fim de realizar a troca das princesas e, depois de efectuados os casamentos, no regresso a Lisboa.Conservou-se este Palácio na posse da Casa do Infantado até ao estabelecimento da monarquia liberal do nosso pais, passando então a usufruto da Coroa.Em 1853, a Rainha D. Maria II ordena a entrega do Palácio de Vendas Novas ao Ministério da Fazenda passando, ao que parece, em fins de 1857, ao Ministério da Guerra, pois é em 29 de Dezembro desse ano que começam os trabalhos e estudos que precedem e originam a criação da Escola Prática de Artilharia.Em 29 de Dezembro de 1857, encontrava-se em Vendas Novas o Coronel Carlos Maria de Caula, depois de ter recebido instruções do Comando Geral de Artilharia, com o fim de estudar e escolher nos arredores da Aldeia, o terreno que melhor conviesse para o estabelecimento de um campo de instrução destinado à Arma de Artilharia. Nos seus estudos do terreno, O Coronel Caula encontrou dois campos em boas condições para a instalação do Poligono de Artilharia: um na direcção SE, pertencentes a particulares, outro na direcção NE, fazendo parte dos terrenos baldios a cargo da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo. Destes terrenos levantou as respectivas plantas que, juntas a uma memória descritiva, foram entregues ao Comandante General de Artilharia e por este remetidas, com a sua aprovação, ao Ministério da Guerra.Novamente, em Agosto de 1858, é enviado a Vendas Novas o j então Brigadeiro Caula, por ordem do Ministério da Guerra, para tomar conta e dar a sua opinião acerca de uma pretensão da Companhia do Caminho de Ferro Sul e, ao mesmo tempo, tratar do projecto do aquartelamento, no Palácio de Vendas Novas, para os alunos da Escola do Exército, respectivos professores e para o pessoal e material de Artilharia destinados aos exercicios práticos no campo de instrução. A referida Companhia projectara o traçado da linha férrea de modo a passar pelo edificio de Vendas Novas, e, baseada no seu contrato, tentava apropriar-se de parte importante do mesmo edificio - as cavalariças e cercados próximos - que muito convinha às instalações necessárias ao seu serviço.Era esta instalação que o Brigadeiro Caula vinha estudar e resolver por ordem directa do Ministro, devido à interferência de El-Rei D. Pedro V, que desejara conservar intacto o palácio, destinando-o a quartel do estabelecimento de instrução militar que por então se projectava.De tão grande importância considera o Brigadeiro Caula a comissão de que fora encarregado que, não obstante as extraordinárias faculdades de trabalho de que podia dispor, se resolveu a pedir a nomeação de um oficial de artilharia para o coadjuvar, ocupando-se do projecto do aquartelamento, enquanto ele se dedicava por completo à solução do assunto relativo à pretensão da Companhia.