OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
DO SKYMASTER C-54 AO HERCULES C-130
A Aeronáutica Militar Portuguesa foi formalmente criada em 14 de Maio de 1914 e constituiu-se em duas vertentes: A Aviação do Exército e a Aviação Naval.
É em 1952 que a Aeronáutica Militar se constitui como ramo independente. Após quatro décadas de existência, a Aviação Naval e a Aviação do Exército "fundiram-se" para dar lugar à Força Aérea Portuguesa (FAP) que herdou, no âmbito dos transportes, o Junker (BA3), o Skymaster (BA4) e o Dakota (BA1).Esta remodelação, imperativa pela entrada de Portugal na NATO, veio acentuar a necessidade da criação de uma esquadra de transporte para fazer face às necessidades nacionais e ultramarinas nessa área específica e, muito especialmente, para garantir um fluxo contínuo de transporte de material e equipamento dos centros europeus para Portugal, de forma a permitir o reequipamento das Forças Armadas Portuguesas, para fazerem face às exigências da NATO e igualar a capacidade dos nossos parceiros e adversários.Consequentemente, ainda em 1952, os dois C-54 "Skymaster" da extinta Aviação Militar, que se encontravam nos Açores a realizar transporte de passageiros entre Lisboa e aquele arquipélago, foram transferidos para a Portela. Com a aquisição de mais cinco Skymaster em 1953, o "germe" dos Transportes Aéreos Militares (TAM) já se encontrava a funcionar em pleno, com a 1ª Esquadra de Transporte, sedeada na Portela (ESQ.81).Seriam criados dois agrupamentos e para eles se voltaria o esforço principal da FAP. O 1º seria constituído pelos já existentes Skymaster e Dakota que continuaram sedeados no AB1 - Portela de Sacavém. O 2º Agrupamento seria uma unidade autónoma a ser dotada com uma frota de 10 aviões DC-6, dispondo de infra-estruturas anexas à base aérea do Montijo. O primeiro DC-6 aterrou em Portugal em 10 de Março de 1961. Este agrupamento adoptou o lema "Onde Necessário, Quando Necessário".Foi em Fevereiro de 1953 que a FAP realizou o primeiro voo humanitário com aviões de transporte, voo este efectuado a Valkenburg e transportando suprimentos em socorro dos sinistrados das inundações provocadas pelo rebentamento de alguns diques na Holanda.Já depois de iniciadas as operações no Ultramar, verificou-se a necessidade de um avião de médio curso apropriado ao transporte dentro do teatro de operações. A escolha recaiu nos 6 aviões Nordatlas da companhia francesa UAT (hoje UTA) que operavam em Doualla, nos Camarões. Foi assim formada a Esquadra 92, em Luanda, operando estes 6 Nordatlas. Mais tarde, foram comprados outros 6 destinados a Moçambique (Esq. 102). Estes, embora tivessem sido adquiridos novos, devido à falta de verba, foram equipados com instrumentação e rádios já existentes nos armazéns da FAP, em Alverca.Entretanto, continuava o vai-vem ao ultramar por parte dos DC-6 agora estacionados na Portela (AB1) juntamente com os C-54, na Esquadra 81. Uma outra Esquadra, a 82, operava aviões ligeiros, estando equipada com C-45, C-47 e Brossard.Os anos foram passando e vários problemas com a manutenção da frota dos DC-6 foram surgindo (falta de planeamento e aeronaves já velhas), mas, em Abril de 1968, a frota estava revitalizada ao nível de 7 aviões. Entretanto, com a resolução de entregar à FAP o transporte dos militares dos 3 ramos das Forças Armadas para o Ultramar, levou a que fossem adquiridos 2 B-707, tendo a 1ª missão sido efectuada em 14 de Outubro de 1971. Os DC-6 ainda voavam para os Açores e Guiné e os C-54 eram, finalmente, abatidos. A Esquadra 81 deu origem à Esq. 131, agora só com alguns DC-6 e a Esq. 82 passou a Esq. 132, com os 2 Boeing. Em 1974 chegou ao fim a guerra no Ultramar e nesse mesmo ano chegam a Portugal os C-212, aviões de médio curso, que vieram substituir os C-47, C-45, e em certa medida, os Nordatlas estacionados na Esquadra 32 da Base de Tancos.Os B-707 são, agora, duma grande utilidade na ponte aérea que permite o regresso dos militares e familiares a Lisboa. Findo esse período, havia que reestruturar a FAP e remodelar novamente o Transporte Aéreo.Segue-se, então, a decisão governamental de transferir para a TAP todo o material B-707 e a criação de uma Esquadra de Transporte de médio e longo curso. Na opção pelo HERCULES C-130H, construído pela LOCKHEED, atendendo às suas excepcionais características operacionais (robustez, versatilidade, capacidade, raio de acção e autonomia) tomou-se em consideração a substituição dos Nordatlas, DC-6 e Boeing 707, garantindo à Força Aérea a capacidade para realizar missões de Transporte Aéreo Táctico e Transporte Aéreo Geral, de cobertura da área de responsabilidade nacional em termos de Patrulhamento Marítimo e de Busca e Salvamento, e outras de apoio logístico às Forças Armadas Portuguesas e às Forças NATO.
CRIAÇÃO DA ESQUADRA 501
A Esquadra de Transporte 501 foi formalmente criada pelo despacho 50/77, de 23SET77, do CEMFA - com a designação inicial de Esquadra de Transporte e Patrulhamento Marítimo - no qual eram definidas as missões primária e secundária, dotação de meios, taxas de prontidão e quadros orgânicos. Depois do Patrulhamento marítimo ter passado a ser executado pelo P-3P, a Esquadra 501 ficou apenas designada por Esquadra de Transporte. O primeiro C-130H aterrou na Base Aérea 6, no Montijo, no dia 15SET77, considerado ainda hoje o "Dia da Esquadra".
CONDECORAÇÃO
Pelo desempenho neste tipo de missões, nomeadamente as de apoio ao conflito no Golfo Pérsico, a Esquadra 501 foi louvada e condecorada, em 28FEV91, por S. Ex.a o Ministro da Defesa Nacional, com a MEDALHA DE OURO DE SERVIÇOS DISTINTOS.
A missão da Esquadra 501 está definida por Directiva do EMFA (Estado Maior da Força Aérea), em que estabelece o seguinte:
a. Operações de Transporte Aéreo;
1) Operações de Transporte Aéreo Logístico;
2) Operações Aerotransportadas;
3) Operações Aéreas Especiais;
4) Operações de Evacuação Sanitária.
b. Operações de Busca e Salvamento.