[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Armas
Escudo-De azul, dois dragões adossados de prata, lampassados, sacados e armados de vermelho, segurando nas garras dianteiras dextra e sinistra, respectivamente uma espada antiga de prata, ponta embutida de prata com alerigo invertido de negro.
Elmo- Militar de prata, forrado de vermelho a três quartos para a dextra.
Correia- De vermelho perfilada de oiro.
Paquife e Virol- De azul e de prata.
Timbre- Uma cruz florenciada de verde, entre duas asas de dragão de prata armadas de vermelho.
Condecorações- Pendente do escudo a medalha de Prata de Valor Militar.
Divisa- Num listel de branco, ondulado sotoposto ao escudo, em letras negras maiúsculas, de estilo elzevir: "CONDUTA BRILHANTE NA GUERRA".
Simbologia e Alusão das Peças
Os DRAGõES, adossados em sinal de unidade e camaradagem, aludem ao calor e impeto com que os corpos de cavalaria, espadas nuas, se lançavam sobre as posições inimigas em cargas de epopeia.
O ALEIRIGO - guia despojada de bico e de garras - em queda, recorda as "águias" napoleónicas que tropas do Regimento obrigaram a morder o chão, vergadas na derrota.
As ASAS de dragão do timbre definem a Arma da Unidade, enquanto a CRUZ DE AVIS, localizando-a regionalmente, perpetua a velha Cavalaria de ALÉM-TEJO.
A PRATA simboliza a humildade com que a firmeza - O NEGRO - e a bravura - O VERMELHO - firmavam a esperan�a - O VERDE - de vitória, que ao longo da história cimentaram a fama - O AZUL - da sua brilhante actuação na guerra.
Os Esmaltes Significam
A Prata: Humildade.
O Vermelho: Bravura.
O Azul: Fama.
O Verde: Esperança.
O Negro: Firmeza.
HISTORIAL DO RC3
No reinado de D. João V (1689-1750), foi levada a cabo a reorganização do Exército. À imagem e semelhança do que então se passava em França, são promulgadas Novas Ordenanças. A unidade administrativa passou a ser, em todas as armas, o Regimento que substitui a antiga designação de Terço. Em 1707 é organizado em Olivença, um Regimento de Cavalaria Ligeira formado por 12 companhias de 40 cavalos cada uma.Em 1742 é extinto o Regimento de Cavalaria de Olivença, passando a designar-se por Regimento de Dragões de Olivença.Em 1762 o Regimento então comandado pelo Coronel D. José Pedro da Gama, faz parte da força reunida pelo Conde de Lippe para fazer face às forças de Espanha coligada com a França, na curta campanha conhecida como Guerra Fantástica.Em 1764, fruto de nova reorganização, o Regimento de Dragões de Olivença passa a designar-se por Regimento de Cavalaria de Olivença. Era composto por 8 Companhias a 30 homens cada e um efectivo total de 329 homens, incluíndo Oficiais, Estado-Maior e Menor.Em 1793 Portugal, aliando-se à Espanha, entra na Campanha do Rossilhão, através do envio de cerca de 5.000 soldados. As consequências da campanha foram desastrosas. Em 1795 o governo Espanhol assinava secretamente a paz em separado com a República Francesa (Paz de Basileia). A França considerando Portugal uma nação beligerante e vencida, impôs severas exigências para subescrever um tratado de paz, e com o apoio de Espanha ameaça invadir Portugal se não entrássemos numa aliança contra a Inglaterra. Portugal desencadeia vários esforços diplomáticos para manter a neutralidade. Entre 1798 e 1799 uma Esquadra sob o comando do Marquês de Nisa integra a Armada do Almirante Nelson e participa no bloqueio da Ilha de Malta contra os Franceses. Em 1801, a França e a Espanha assinaram um tratado segundo o qual deviam intimar Portugal a abandonar a sua aliança com a Inglaterra. A 20 de Maio de 1801 uma Divisão Espanhola de 12.000 homens invade o Alentejo, Juromenha e Olivença são ocupadas e o Regimento deixa Olivença. Mais tarde, o Congresso de Viena (1814) refere expressamente a obrigação de devolução de Olivença, mas a cidade nunca foi restituida. O Regimento continuou a ter a mesma designação e entre 1803 e 1805 teve quartel em Moura e ainda em 1805 passa para quartel em Beja. Pela organização do Exército decretada em 19 de Maio de 1806 passa a denominar-se Regimento de Cavalaria Nº 3, com quartel em Torres Novas.Em Junho de 1807 o general francês Junot entra em Lisboa (1ª Invasão Francesa). Sob a administração Francesa é organizado em Évora, com o pessoal e os cavalos sobrantes dos Regimentos 2, 3, 5, e 8, o 3º Regimento de Cavalaria. Este Regimento, marchou na retaguarda da Legião Portuguesa que às ordens de Junot, seguiu através de Espanha, para Bayonne a fim de reforçar os exércitos de Napoleão. Os soldados Portugueses integrados nos exércitos de Napoleão participaram em várias batalhas tendo sempre comportamento muito meritório. Logo após a retirada da 1ª Invasão Francesa procede-se à reconstituição do Exército. O Regimento de Cavalaria nº 3 é reunido e reconstituido em Beja. Em 1809 o Marechal Beresford procede à reorganização do Exército para fazer face aos Franceses. Durante a Guerra peninsular o Regimento participou em vários combates:
Fuente de Cantos-15 Setembro 1810
Talavera la Real-2 Fevereiro 1811
Ponte de Xevora-6 Fevereiro 1811
Badajoz-7 Fevereiro 1811
Santa Engrácia-19 Fevereiro 1811
1º Sítio de Badajoz-5 a 16 Maio 1811
Albuera-16 Maio 1811
2º Sítio de Badajoz-19 Maio a 17 Junho 1811
3º Sítio de Badajoz-16 Março a 7 Abril 1812
Cortes de Peleas-1 Julho 1812
Villalva-3 Julho 1812
Berlenga-10 Julho 1812
Ribeira de fresno-24 Julho 1812
Almendralejo - 19 Agosto 1812
Em todas estas acções o Regimento perdeu 3 Oficiais, 69 Praças e 100 cavalos.A actuação da Cavalaria Portuguesa recebeu os melhores elogios dos comandantes militares sendo particularmente significativa a referência do Marechal Beresford publicada na Ordem do Dia 3 de Novembro de 1811, após o combate de Fuente de Cantos: "Raríssimas vezes acontece haver na guerra uma conduta mais brilhante".Em 1816 o Regimento de Cavalaria nº 3 deslocou-se para Aveiro fazendo parte da 3ª Brigada juntamente com o Regimento de Cavalaria Nº 6 de Monção.Em 1823 o Regimento passa a estar aquartelado em Elvas.Durante as Lutas Liberais o regimento aderiu à causa miguelista distinguindo-se em várias acções, sendo de salientar, em 1827, a Batalha de Coruche da Beira.Em 1831 passa a chamar-se Regimento de Cavalaria da Praça de Elvas e em Fevereiro de 1834 volta a designar-se Regimento de Cavalaria Nº 3.
Com a vitória das forças liberais, na Convenção de Évora-Monte (Maio 1834) são extintas todas as unidades que aderiram à causa miguelista entre as quais o Regimento de Cavalaria Nº 3.Na organização dos Corpos do Exército feita pelo novo governo, em Agosto de 1834, o Regimento de Cavalaria Nº 10 toma a designação de Regimento de Cavalaria Nº 3, continuando as tradições históricas do seu antecessor e fixa quartel em Castelo Branco.Em 1837 o armamento do Regimento passa a ser de Caçadores a Cavalo. Toma parte no combate de Chão da Feira contra a oposição miguelista durante a chamada Revolta dos Marechais. O Regimento passa para Elvas (1840) e para Leiria na campanha de 1846. Toma parte brilhante na acção de Viana do Alentejo em Julho 1846 e na de Torres Vedras em Dezembro do mesmo ano. Após anos de guerra civil o país finalmente é pacificado.Em 1848 o Regimento seguiu para Vila Viçosa onde permaneceu até 1873. Nos dois anos seguintes retorna a Elvas e de novo a Vila Viçosa.Em 5 de Abril de 1875, sob o comando do Coronel António Cipriano do Amaral, o Regimento de Cavalaria Nº 3 fixa-se definitivamente na cidade de Estremoz.Com a reorganização de 1884 foi novamente criado o Regimento de Cavalaria Nº 10 fornecendo o Regimento de Cavalaria Nº 3 algum pessoal para a nova unidade.Em 1901, seguindo um costume de algumas casa reinantes da Europa, o Rei D. Carlos atribuiu ao Rei Inglês, Eduardo VII o posto de Coronel Honorário do Regimento de Cavalaria Nº 3 passando a unidade a designar-se Regimento Nº 3 de Cavalaria do Rei Eduardo VII de Inglaterra denominação que conservou até 1911. Quando em 1903 o Rei Eduardo VII visitou Portugal, o Regimento deslocou-se a Lisboa para prestar ao seu Coronel Honorário as honras da ordenança.Durante a Guerra de 1914-1918 o Regimento mobilizou forças para Angola e Moçambique e também para França. 2 Oficiais e 80 Praças seguiram para França e 101 Praças para Angola. Para Moçambique seguiu o 4º Esquadrão, com 9 Oficiais e 101 Praças. Em Moçambique entrou em combate contra tropas alemãs e nomeadamente, no combate da Ribeira do Newala(Outubro 1916), teve acção relevante.Em 1927 com a redução das unidades de Cavalaria é extinto o Regimento de Cavalaria Nº 10. O Regimento de Cavalaria Nº3 herda as tradições e património do Regimento extinto.Durante 1939 o Regimento teve provisóriamente a sua sede em Évora até terminarem as obras no Quartel de Estremoz, antigo Convento de S. Francisco, com vista à reconversão do Regimento em unidade blindada.Em Abril de 1959 parte para a India Portuguesa o Esquadrão de Reconhecimento Nº1 "Dragões de Olivença" e em Março de 1960 o Esquadrão de Reconhecimento 54 parte para a Guiné.
Com o desencadear da Guerra do Ultramar o Regimento torna-se unidade mobilizadora, tendo formado 2 Esquadrões de Reconhecimento, , 17 Companhias Independentes e 42 Batalhões de Cavalaria, totalizando cerca de 42.000 homens, que após receberem a sua instrução de contra-guerrilha na região da Serra de Ossa, partiam para os teatros de operações de Angola, Moçambique e Guiné, onde como os seus antepassados, souberam ter "NA GUERRA CONDUTA MAIS BRILHANTE".Dessas unidades é de referir o Batalhão de Cavalaria 2899, usualmente designado "Ás de Espadas", que pela sua actuação em Angola (1969-1971), foi condecorado com a Medalha de Prata de Valor Militar com Palma, cujas insignias ornam o Estandarte do Regimento.O Regimento toma parte activa no 25 de Abril de 1974 e no 25 de Novembro de 1975.Com a extinção do Regimento de Lanceiros Nº1 de Elvas e o Regimento de Cavalaria Nº 8 de Castelo Branco, em Abril de 1975, o Regimento de Cavalaria Nº 3 herda as tradições e património dos Regimentos extintos. Em 1 de Abril de 1975 passa a designar-se Regimento de Cavalaria de Estremoz.A última reorganização do Exército repôs a designação de Regimento de Cavalaria Nº 3. Numa altura de mudanças e redução no dispositivo militar, em que várias unidades militares são extintas, o Regimento de Cavalaria Nº 3 recebe um novo desafio com a atribuição (1996) do encargo operacional do Esquadrão de Reconhecimento da Brigada Aerotransportada Independente, os Cavaleiros Pára-quedistas ou Dragões de Boina Verde são assim os herdeiros de um passado militar invejável e responsáveis por manter vivas as tradições militares da Cavalaria de ALÉM-TEJO.Em 15 de Setembro de 1998, por ocasião das comemorações do 291º Aniversário do Regimento de Cavalaria Nº 3, o Estandarte do Regimento é condecorado com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos.Em Fevereiro de 1999, o ERec/BAI é destacado para a Área Militar de S. Jacinto (AMSJ), onde vai integrar o Agrupamento ALFA/BAI, constituído para cumprir uma comissão de 6 meses na Bósnia-Hercegivina, no segundo semestre de 1999. No entanto os acontecimentos sucedem-se, e após a decisão de constituir uma força para participar na operação da NATO, no Kosovo, é constituido em Tancos o Agrupamento BRAVO/BAI, o ERec/BAI é a principal peça de manobra deste Agrupamento. Os Dragões de Boina Verde partem para o Kosovo em Agosto de 1999 indo integrar uma Brigada Multinacional de comando italiano, no Noroeste do território. Os Dragões regressam a Portugal em Fevereiro de 2000 terminada a sua missão nos Balcãs.